segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Nota (se)

Não há nada mais sacal do que se sentar em frente ao computador e digitar palavras com formatos já estabelecidos.

No tic tac das teclas eu tento ter um pensamento criativo, mas o jornal do meio dia não colabora muito para esse tipo de ação. Eu vi os fatos importantes em notas de rodapé. Eu vi a menina fantástica com destaque na TV.

O telefone toca e eu não quero atender. Mas todos esses barulhos tecnológicos me irritam e tomam proporções além daquilo que eu posso suportar.

Escuto o tocar do salto alto de quem passa na recepção. Seis ou sete palavras.

Mas nada disso importa em um dia que levantou cedo demais.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Eu me rendo!

Sempre fui daquelas que tem orgulho ao dizer: eu não ligo para essa tecnologia corrente. Mas admito, há poucos dias tive que formular uma nova maneira de proferir o meu discurso.

Estava eu divagando na comunicação da CUT. Aí, pensei: vou fazer um twitter. Os jornalistas poderão acompanhar as notícias da Central de maneira mais rápida, além de os trabalhadores ficarem por dentro do que acontece. Tudo isso sem esperar que meus Tico e Teco trabalhem por uma matéria completa.

Até aí, tudo bem. O problema é que eu comecei a futricar e, tchan: não consigo mais parar...

Queridos amigos, será que isso é passageiro?

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Arco e Flecha

Por Marina Silva

Do arco que empurra a flecha,
Quero a força que a dispara.
Da flecha que penetra o alvo
Quero a mira que o acerta.

Do alvo mirado
Quero o que o faz desejado.
Do desejo que busca o alvo
Quero o amor por razão.

Sendo assim não terei arma,
Só assim não farei a guerra.
E assim fará sentido
Meu passar por esta terra.

Sou o arco, sou a flecha,
Sou todo em metades,
Sou as partes que se mesclam
Nos propósitos e nas vontades.

Sou o arco por primeiro,
Sou a flecha por segundo,
Sou a flecha por primeiro,
Sou o arco por segundo.

Buscai o melhor de mim
E terás o melhor de mim.
Darei o melhor de mim
Onde precisar o mundo.

volta Marina!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Alegria

Faz tempo que eu não passo por aqui. E, na verdade, nem sei porquê passei hoje (aliás nem sei se este sinal está certo também. Nunca consegui decorar esta regra).

Gente, andei pensando esses dias como o tempo passa rápido e, se me vale uma ressalva, DEMAIS! Meu sobrinho mais velho tem 12 anos, minha irmã 30 (rs), a Érica e a Eline 27 (rsrsrsrsrsrsrsrs), minha vivência com o Thi quase sete e o Cid Moreira nem se fala. Mesmo assim, as coisas parecem continuar no mesmo rumo. Quem é pobre quase sempre morre pobre, quem é rico fica mais, o Congresso anda uma vergonha e os jornais fazem dos fatos importantes notas de rodapé.

Entretanto, há algo de novo em mim. Não sei se é porque agora sou uma mulher casada (srsrsr). É sério. Adotei uma prática de avaliar a vida e vi o quanto ela é generosa comigo. Tenho amigos que amo, familia que amo, marido que amo, cachorro que amo. Tudo bem que o emprego eu não aaaaaaaaaaaamo, mas amo.

Vi a transição do LP para o CD, do Atari para o PS3, do metalúrgico para o presidente da República, do Bush para o Obama, do macarrão de dez minutos para o de três, do telefone com fio para o celular.

Vi também que estou mais madura e preparada para as rasteiras da vida. Hoje fico deprimida só um dia e não mais três (também ninguém é de ferro) e quando alguém buzina puto da vida eu faço sinal de jóia (não é uma constante, mas estou me esforçando).

Sei que fui breve. Não consigo expressar bem o que sindo por palavras. Talvez por isso meu blog fica desatualizado um tempão. Mas, de qualquer forma, gostaria de agradecer a todos e todas que colaboraram para meu crescimento psicológico e espiritual.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Roda Viva

Tem gente (né, Thiago?) que não gosta quando postamos músicas. Mas fazer o que quando elas dizem tudo?

Roda Viva
Chico Buarque

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu...
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá ...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

A roda da saia mulata
Não quer mais rodar não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou...
A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola prá lá...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

O samba, a viola, a roseira
Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou...
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade prá lá ...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Cotidiano

A baixa estatura e o corpo franzino denunciavam que não passava dos 12 anos. O bermudão azul que levava tinha o cordão apertado de forma que franzia as pontas do pano já gasto. Além disso, o garoto de olhos infantis trazia consigo apenas uma fitinha do Senhor do Bom Fim amarrada no punho esquerdo, mais nada. Ele sentou e, com os pés roçando a areia, observava o que um outro, este já bem mais velho e sem inocência nos olhos, fazia.

Meia estatura, rosto marcado das espinhas provavelmente adquiridas na mocidade, o homem de pele negra se sentou ao lado do garoto, mas em uma cadeira de praia. Ali ele parecia estar em um trono, e demonstrava isso pelo meio sorriso que não escapava do rosto. Com os cotovelos apoiados no joelho, ele deixava à frente uma mão em concha enquanto a outra segurava um papel fino, marcado de unha para facilitar o corte. Em questão de segundos se ouve: “Tem fogo aí, amigo”?, disse ele a um vendedor de Mate Leão, que interrompeu seu trajeto e retirou um isqueiro da pochete acomodada um pouco abaixo da barriga.

E ali ficaram os três, até que a ponta do papel tomasse forma e tivesse uma função mais específica. Daí então, o vendedor foi dispensando e continuou a recitar seu mantra de sobrevivência.

O homem mais velho recostou na cadeira e, depois de um longo suspiro, desabrochou a outra metade do sorriso. Enquanto isso, o menino continuava observando com ar de aprendiz. Ele também desfrutou da sensação do homem de pele negra, mas de uma forma infantil e inquietante para quem assistia a cena.

Depois de dois ou três movimentos mais fortes protagonizados pelo pulmão, o menino se estirou na areia e sentiu profundamente o mormaço do sol da tarde. Ele já não observava mais as ações do mais velho. Agora, parecia estar brincando em um carrossel. Os olhinhos se fecharam, a cabeça virou 90º, e os dedos tocavam lentamente a areia, aproveitando sua textura áspera. Ele sentiu o tempo parar.

Em instantes, a criança se levantou apoiando-se no braço da fitinha do Senhor do Bom Fim e foi em direção ao mar. Parado onde as ondas não podiam tocar mais que a ponta dos seus dedos dos pés, ele juntou um punhado de água salgada e jogou no rosto como se quisesse despertar. Fez isso também nos braços e pernas, mas agora por achar a sensação da água tocar sua pele prazerosa.

Como se despedisse do mar, subiu até o calçadão e seguiu seu rumo. Não se sabe quando seria sua próxima aventura no carrossel. Talvez hoje ainda. Ou até que a idade lhe impusesse outros desejos conquistados através de dois ou três longos suspiros.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Tempo, tempo

O perigo de falar de amor é cair no clichê e, ainda por cima, ser brega. Alguns artistas ou pseudo-poetas já passaram por isso e persistem no erro. Ainda bem que existe gente como o Chico Buarque e Vinícius de Moraes. Mas porque mesmo estou fazendo este nariz de cera? Bom, porque não sou nenhum Vinícius, muito menos Buarque (Bem que podia existir um Vinícius Buarque, imaginem?). To mais para os que persistiram no erro. A verdade é que eu queria encontrar uma forma de falar que ontem completei seis anos de vivência com a pessoa mais linda do mundo: o Thi.

Pois é, seis anos. Neste período já jogamos vídeo-game (teken, guitar hero, Mário, God of War, Prince of Pérsia, ixi um montão), fomos ao show do Slipknot, do Monobloco, Pedro Luis e a Parede, Tihuana, Plebe, e, em breve, iremos ao Dave Matthews Band. Comemos miojo, fomos ao Porcão, Galeria Gourmet, muito Giraffas e Mc, pedimos pizza de R$ 40 e R$ 9,99, além de termos descoberto algumas receitas (ai, aquele frango que o thi faz...). Ah, fizemos dieta. Também bebemos. E muito. Vários porres acompanhados das conseqüências. Fomos ao Maracanã, vimos o Obina na Gávea, rimos do vídeo do são paulino gay, xingamos juízes e suas gerações. Criamos apelidos que só a gente entende. Também passamos por fases muito difíceis, por perdas, mas pudemos ser pilares recíprocos. Fizemos amigos em comum que viraram nossa família (tem até espanhol o meio).

Nossa, são muitas, muitas coisas mesmo. Fora os casos engraçados, que devem ficar só entre mim e ele. Kkkkkkkkkkkkk

Thi, amo vc! Pra sempre.